Edição N. 06 - 22/08/2021
Orquestra

Realização FORA DE SÉRIE percursos culturais.

Textos: Antônio Carlos Queiroz, Camilla Osório de Castro, Manuela Marques, Miguel Boaventura, Sarah Coelho, Tuty Osório, Ana Karla Dubiela, Jô de Paula, Sérgio Pires, Francisco Bento.

Fotografia: Celso Oliveira, Camilla Osório de Castro, Manuela Marques, Fernando Carvalho

Projeto Gráfico e Diagramação: Manuela Marques com consultoria de Fernando Brito.

Ilustrações e Quadrinhos: Manuela Marques, Mário Sanders, Alice Bittencourt

Revisão: Camilla Osório de Castro.

Mídias sociais: Beatriz Lustosa.

Desenvolvimento de Site: Raphael Mirai

 
ALVORADA

CONFORTA-ME COM DOMINGOS

Parecia que todos os dias virariam domingos quando a Pandemia foi decretada. E vai e volta, abre e fecha, esperança e desesperança, home office, trabalho off, ameaça, tristeza, resistência. Virou tudo segunda-feira e a depressão impiedosa desse dia que a todos assombra. E não é que, parece que agora voltam os domingos com sua doçura dourada, suas horas preguiçosas e agregadoras. Apesar de tudo, parece, apenas parece, mas pode ser que, os domingos estejam voltando. Com flores, sal, feijoada em família e uma caipirinha esperta feita de Ypióca Prata, limão galego e açúcar detonador. Sejam bem vindos, domingos queridos!

 

NÓS juntos, criadores e leitores, do Domingo à NOITE em 2021

ACQ

Livros são armas!

Antônio Carlos Queiroz, jornalista e bibliófilo

Acervo Pessoal

A sacralização da palavra impressa, com o correspondente fetiche pelos livros, é um fenômeno antigo, potencializado pela invenção da prensa mecânica no século XV. Antes, só os muito ricos possuíam livros, objetos raríssimos, copiados um a um a mão. A interpretação deles, então, era privilégio de homens muito poderosos. No caso da Bíblia, esses caras se diziam capazes de desvendar a mente de Deus e, na condição de seus embaixadores plenipotenciários, impunham o domínio político sobre as massas ignaras e supersticiosas. Em vez de alguma Constituição Cidadã, exibiam as Escrituras Sacralizadas!

 

Livros sempre foram usados como armas. Na Europa da Idade Média, quando o continente ainda era disputado por mouros e cristãos, poucos conventos possuíam uma Bíblia completa. Surgiram então as “bíblias romanceadas”, mais concisas, paráfrases da Vulgata ou de paráfrases anteriores, como a Historia Scholastica de Petrus Manducator, muito mais eficientes do que a versão canônica na vulgarização da doutrina cristã e no combate aos infiéis islâmicos ou judeus.

 

Para redigir essas linhas andei folheando a primeira parte de um desses artefatos, o Pentateuco da Bíblia Medieval Portuguesa (@ Heitor Megale), provavelmente composto por volta de 1320, em galego, e foi muito divertido encontrar 15 menções de Jesu Christo logo no Gênesis. Algumas bíblias romanceadas mesclavam o Gênesis com o Apocalipse numa espécie de resumo executivo do Textão Sagrado.

 

Ora, não foi à toa que o Karl Marx disse que as ideias tornam-se forças materiais quando ganham as massas organizadas. E é exatamente por essa razão que me preocupa o fetiche dos livros e a sacralização da palavra impressa, agora também digitalizada.

 

Atenção: O Capital do Marx, A Pedagogia do Oprimido do Paulo Freire, e a Areopagítica: Discurso Sobre a Liberdade de Expressão, do John Milton, são livros.

 

Livro, segundo o Houaiss, é (1) uma “coleção de folhas de papel, impressas ou não, reunidas em cadernos cujos dorsos são unidos por meio de cola, costura etc, formando um volume  que se recobre com capa resistente, e (2) obra de cunho literário, artístico, científico etc. que constitui um volume [Para fins de documentação, é  uma publicação não periódica com mais de 48 páginas, além de capa.]”

 

Também são livros, portanto, o Mein Kampf, do Adolf Hitler, O Imbecil Coletivo, do Olavo de Carvalho, e Contra a Maré Vermelha, de Rodrigo Constantino.

 

O grande Monteiro Lobato, criador da Emília, a pirralha mais genial do Brasil (cujo nome é uma homenagem à esposa do educador Anísio Teixeira),  decretou que “uma nação se faz com homens e livros”. Bobagem das grandes! Pra começo de conversa, uma nação se faz com homens e mulheres, sem discutir aqui os gêneros, né! E depois, como é fácil perceber, livros servem também como armas de destruição em massa…

 

Estão abertas as inscrições para o debate!

O BEM VIVER

Quem tem medo do Haiti ?

por Camilla Osório de Castro

Em agosto de 1791, há exatos 230 anos, estourava na então colônia francesa de São Domingos uma revolta de escravizados que desembocou em um dos mais importantes acontecimentos da História Moderna: a Revolução Haitiana, que instaurou a independência e a República no, agora país soberano, Haiti. O chamado “medo do haitianismo”, ou seja, medo da capacidade dos escravizados de rebelar-se e ganhar uma guerra, teve impacto direto nos acontecimentos de muitos territórios, inclusive o Brasil, cujas elites valeram-se deste argumento para manter a monarquia por aqui. É curioso notar que esta revolução tão valente, tão ousada, tão fundamental é até hoje negligenciada no ensino da história mundo afora. É  como se o medo do haitianismo nunca tivesse acabado.

 

Nos últimos meses, o Haiti tem ocupado as manchetes dos jornais a propósito de infortúnios de causas “naturais” e “políticas”. Após ter o presidente assassinado em julho, o furacão Grace trouxe mais mortes e instabilidade ao já extremamente instável Haiti. Engana-se quem acredita que isso seja azar. A França, considerada o berço da democracia e dos valores humanistas, dedicou-se com afinco a asfixiar a economia do Haiti desde o primeiro momento após a revolução. Nunca houve uma reparação histórica, ao contrário, o Haiti pagou uma indenização em troca de sua independência, sepultando sua economia no ato de seu nascimento. A morte de Jovenel Moise devido à extrema tensão política vivida pelo país é mais um fruto da falta de comprometimento do mundo com o Haiti e sua valente revolução.

 

 O furacão, por outro lado, aponta para o problema tantas vezes repetido nesta coluna: o planeta está no limite. E países tropicais e pobres como o Haiti, que  não têm condições de se defender serão, portanto, os mais afetados. Assim como foram, no passado, os mais afetados pela ganância por riquezas, as mais diversas, do imperialismo ocidental.

 

No aniversário da grande revolução de escravizados que alimentou as esperanças de tantos oprimidos do passado, convido os leitores a refletir o que temos a aprender com a história tão triste que o povo do Haiti tem vivido até hoje. Que caminhos podemos trilhar para escrever uma história melhor?  Que a coragem dos revolucionários do passado possa iluminar o nosso futuro.

 

CRÔNICA

CERCA DA ACADEMIA

por Tuty Osório

ilustração: Alice Bittencourt @sopinharte no instagram

Essa história, que me deu de presente uma grande amiga de Cuiabá, pode não ter acontecido exatamente assim. No entanto, assim me recordo dela e da singeleza do retrato que desenhou na minha mente e no meu coração. O que fabulei não importa, já que a essência é esta mesma que vou contar.

Maria Oliva viu-se só no mundo com seis filhos para criar. Banal para mulheres, em todos os tempos. Havia terrenos baratos em locais mais distantes do centro, mas ela desdobrou os sacrifícios, montou na coragem e comprou nas cercanias da Universidade Federal de Mato Grosso.

Logo bolou um negócio pro sustento. Cozinhar e entregar marmitas aos professores e funcionários, moradores nos terrenos anexos ao campus.

Antes das 11, lá ia ela pelas veredas do bairro, a filharada, infantes, ainda, atrás, de porta em porta. Assim pagou o terreno, arrumou material para erguer uma casinha em lugar de barraco, expandiu quintal, alindou jardim.

Familiares, amizades mais próximas, palpitavam. Que vendesse, que fosse pra outro canto, mais barato e mais viável. Marmita podia cozinhar e entregar em qualquer lugar. Maria Oliva não arredava. E explicava, solene: meus meninos e minhas meninas vão crescer no meio de gente estudada, pertinho do ensinar e do aprender. Pra tomarem gosto do exemplo e seguirem rumo de letras.

Os descendentes de Maria Oliva moram até hoje no mesmo bairro colado à UFMT. Tem professora, publicitária, chefe de cerimonial. Tem pesquisadora, comerciante. E todo o mundo mexe com comida, encantando eventos de todo o porte.  

TRILHAS

Cuiabania Estrangeira, Crônicas, por Tuty Osório, em produção

Curumim Eventos, por Thalita Boaventura e Gicélia Magalhães, Instagram @curumimeventos

CONTO

DORES E DELÍCIAS

Por Tuty Osório

foto: Fernando Carvalho

-MÃE!!!

– O que foi? Você se machucou?

-Não. Tô só chamando…

– Aff, menina, não grita por mim desse jeito que me assusto, penso que aconteceu alguma tragédia!

-Acontecer, aconteceu, mas não é nada com a gente. Tava pensando aqui e queria te perguntar pra ver se você sabe…

-Não sei se sei, não sei de tudo. É uma mania sua de que tudo tenho que saber. Tem coisa que não sei mesmo, nunca pensei sobre, nunca me interessei…

-Mas eu nem perguntei ainda, como é que você sabe que não sabe?

– Pois manda logo, fica aí fazendo suspense, já estou toda atrapalhada com as coisas que tenho pra fazer hoje!

-Eita, mamãe! Quando você resolve ser impaciente, sai de baixo! É só uma pergunta, uma bobagem…

-Se é bobagem por que é que você está gastando tempo com isso?

-Isso o quê? Você nem sabe o que é e já diz que é perda de tempo. Vou te contar. Até perdi a vontade de comentar…

-Foi você que disse que era bobagem. Estou aqui, toda ouvidos, à sua disposição, como sempre, aliás…

-Pronto, começou a reclamação que é sobrecarregada, que tem muitas preocupações, que não tem tempo pra nada…

-Que papo, menina. Não reclamei de nada. Às vezes fico cansada mesmo porque o dia a dia é rojão, um monte de coisas para cuidar. Mas estou sempre pronta pra te dar atenção.

-Pois é, mãe. A Heleninha, minha colega da escola, sabe? Ela falou que a mãe a chamou de psicopata e fiquei passada. Achei tenebroso demais! É certo a mãe chamar a filha de psicopata?

-Santo Deus! Gente que não tem paciência não devia ter filhos…Misericórdia! Que foi que a Heleninha fez pra tirar a mãe do sério desse jeito?

BACHIANAS E COMPANHIA

Ler, comer e beber com Eça de Queiroz

por Sérgio Pires

Lézio Junior

Era agosto de 2019 e Portugal ceava, e nós aqui também, nos dois jantares que organizei com alguns dos pratos e bebidas encontrados nas 4.488 citações presentes nas obras de Eça de Queiroz sobre o saboroso assunto, a arte do bem comer e beber.

Críticos literários consideram que Eça representava e apresentava a vida social de Portugal fundamentalmente pela cozinha. Suas descrições longas e detalhadas encontraram um crítico em outro grande pilar da literatura produzida no nosso idioma, Machado de Assis, que atribuía a Eça de Queiroz um estilo “fotográfico”. Já há quem ache que o que incomodava Machado era um certo erotismo nas obras de Eça. Embate de gigantes, em que ambos saíram maiores ainda.

No nosso cardápio não faltaram azeitonas, sardinha, polvo, embutidos, codorna e, claro, o indispensável bacalhau em bolinhos e em postas.

“A aparição do bacalhau foi um triunfo—e a satisfação do poeta tão grande, que desejou, mesmo, caramba, rapazes, que ali estivesse o Ega!
– Sempre queria que ele provasse este bacalhau! Já que não me aprecia os versos, havia de me apreciar o cozinhado, que isto é um bacalhau de artista em toda a parte.” (Os Maias)

Em todos pratos salgados um certo ingrediente se fez presente, afinal “Não há nada como o alho! ….” (O Primo Basílio).

 

foto: Sérgio Pires

Na sobremesa, “um prato transbordando de ambrosia” escoltava um rocambole de laranja.

Para encerrar a noite nada poderia ser mais apropriado do que saborear muito um cálice de Vinho do Porto, presente em mais de 60 referências nas obras de Eça.

As refeições detalhadamente descritas por Eça montam a cena em nossa imaginação, podemos escutar os talheres tilintando nas louças, degustar os vinhos e melhor conhecer os personagens ali presentes.

“A cozinha e a adega exercem uma tão larga e direta influência sobre o homem e a sociedade que, por isso, dize-me o que comes, dir-te-ei o que és.” Eça de Queiroz.

POESIA

CÂNTICO NEGRO

Por José Régio

ilustração: Alice Bittencourt @sopinharte no instagram

“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…

A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios…
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

 

 

 

José Régio nasceu no primeiro ano do século XX, em Vila do Conde, norte de Portugal. Faleceu em 1969, na mesma cidade. Sua escrita foi moderna, contemporânea, manifestos em poemas longos e ondulados. Toada de Portalegre, que conta a história de uma semente levada pelo vento alentejano, tirou o fôlego dos melhores intérpretes.

 

TRILHA

Antologia Poética, por José Régio, Estante Virtual

Álbuns de Maria Bethânia

Álbuns de João Villaret

REPORTAGEM ENSAIO

BRASIL PARA SEMPRE

por Miguel Boaventura

foto: Celso Oliveira

Sem pretensões, Itamar Vieira, escreveu Torto Arado, inspirado nos depoimentos que recolheu como geógrafo do Censo. Em viagens pelo Recôncavo baiano, e por outras tantas periferias de um Brasil profundo e invisível, encontrou a miséria marginalizada de um povo que é o Brasil de verdade. Torto Arado já nasceu clássico, será eterno na literatura brasileira, agora e para as gerações que virão. É um retrato, em movimento, de nossas tragédias.

Intelectuais e comuns abraçaram tal leitura. O romance foi premiado pelas grifes mas a verdadeira consagração está no espaço que ocupou na revelação de suas duras narrativas. Surpreendente ter surpreendido, encantado, ao contar sobre algo que não deveria ser segredo nem novidade. A opressão, a desigualdade, os poços escuros que aprisionam a maioria.

Houve leitor e leitora que postou o momento da fruição de Torto Arado acompanhada de uma bizarra taça de vinho. Fotografias que nada têm em comum. A viagem do vinho e a saga do sofrimento. Do grande sertão em suas dolorosas veredas que prevalecem sobre a tecnologia que oferece Marte aos poderosos, após a iminente destruição da Terra.

O que sabemos é que Torto Arado é clássico porque passará séculos sem esgotar a contação de sua triste história. Como disse o italiano Ítalo Calvino, o hermético escritor de Palomar, Cidades Invisíveis e Seis Propostas para o Próximo Milênio, é disso que se trata um clássico – uma descrição que se apresenta resistente à passagem do tempo.

Muitos se dizem inebriados pelo livro. Sem nem ter consciência do que realmente trata. Trata-se do Brasil, do Brasil que é vivo, mesmo que tenham combinado de o matar e que combinou de não morrer.

 

TRILHAS

Torto Arado, por Itamar Vieira, Companhia das Letras, 2020

Toda a Obra de Ítalo Calvino, desde os 80 do XX

Toda a Obra de Florestan Fernandes, desde os 50 do XX

Olhos D’água, por Conceição Evaristo, Editora Pallas, 2014

CURADORIAS

Watchmen, série, HBO, 2019

No mesmo universo fantástico do filme homônimo de 2009, e da HQ, a série utiliza-se da fantasia para abordar temáticas extremamente contemporâneas. Sem medo das contradições, políticas de ódio, racismo e violência são tratados com primor estético e humor.

 

Onde está meu coração, série, globofilmes, 2021

A drogadicção é a grande protagonista desta obra. O tema, que costuma ser tratado com viés de grande discriminação de raça e classe no debate mainstream brasileiro, ganha a dimensão da saúde mental com muita poesia e delicadeza.


Shiva Baby, longa-metragem, Emma Seligman, 2021. Disponível na Mubi

Poderia ser mais uma comédia sobre amadurecimento. E é, também. Mas não só. Shiva baby trata de identidade religiosa e cultural, pulsões de vida e de morte, amor, sexo e as angústias da geração que emerge no novo milênio com muito mais dúvidas do que certezas para balizar suas escolhas.


Curta Kinoforum, festival de cinema, disponível no site do festival

 Curadoria da produção brasileira e mundial de curta-metragens com diversos recortes e olhares. Este ano, disponível gratuitamente e online. Para conferir um panorama de produções cinematográficas de 2020 e 2021 e refletir sobre os rumos da arte em tempos de pandemia.

TIRINHA

SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA

CREPÚSCULO

ELE VALSA A MIL TEMPOS

O primeiro tempo da valsa teria sido em Paris? Ou em Lisboa de outrora? Cidades de mim, Nampula, Fortaleza, Salvador, Cuiabá, quantas e quantas…O que é a memória em tempos de esquecimento? É a salvação, o resgate, o voo sobre panorâmicas de todas as cores. A nômade que carrega suas raízes em casa de caramujo. Agilidade de coelho. Majestade de gato. Lealdade de cão. Corre, corre, mas segura no corrimão.

Muita gratidão por virem conosco até aqui.  

Tuty e Trupe