Edição N. 42 - 24/04/2022
Orquestra

Realização FORA DE SÉRIE percursos culturais.

Edição Geral: Tuty Osório

Textos: Antônio Carlos Queiroz, Camilla Osório de Castro, Manuela Marques, Miguel Boaventura, Sarah Coelho, Tuty Osório,  Jô de Paula, Sérgio Pires, Francisco Bento, Renato Lui, Marta Viana, Alim Amina, Lia Raposo, Yvonne Miller, Elimar Pinheiro,

Fotografia: Celso Oliveira, Camilla Osório de Castro, Manuela Marques, Fernando Carvalho

Edição de Fotografia: Manuela Marques 

Projeto Gráfico e Diagramação: Manuela Marques com consultoria de Fernando Brito.

Ilustrações e Quadrinhos: Manuela Marques, Mário Sanders, Alice Bittencourt.

Revisão: Camilla Osório de Castro.

Mídias sociais: Beatriz Lustosa.

Desenvolvimento de Site: Raphael Mirai.

Música: Maurício Venâncio Pires, Alex Silva, Caio Magalhães, Manuela Marques

 

 
ALVORADA

A BAILARINA

via https://acrosstheuniverse.blog.br

Brasília, a capital do Brasil, faz 62 anos, com data fixa em 21 de abril. Sonhada por entes diversos, fantasminhas camaradas e outros nem tanto, virou realidade com muito suor e sangue, dramas e banalidades. Cidade linda, recebe homenagens neste domingo, porque é grande o amor dos escribas de letras e imagens deste pasquim despretensioso e faceiro, por essa Nossa Senhora Nossa, que se espalha pelo cerrado em contradições de megalópole, sem perder a ternura do céu escarlate e do verde de suas árvores tortinhas. Do Plano Piloto, aos Lagos, a Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Gama, Guará e Recanto. Ao Riacho, ao Sol Nascente, ao Por do Sol, ao Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Santa Maria, Samambaia, São Sebastião, Sobradinho, Vila Planalto, Águas Claras e Mangueiral. A Itapoã, sim, tem uma após o Paranoá, sem mar mas com brilho, poesia e garra como sua homônima baiana. Brasília que acolhe e sintetiza o Brasil. Que é espelho e corpos. Água e Luz.

 

Começa agora mais um Domingo à NOITE em 2022! 

RITOS
foto: Celso Oliveira
O BEM VIVER

"DIZ EM QUE CIDADE QUE VOCÊ SE ENCAIXA "

por Camilla Osório de Castro

Em 21 de abril de 2022, Brasília fez 62 anos .  Dentre a extensa programação de aniversário havia a apresentação do bloco “Calango Careta” a acontecer em local e horário surpresa. O convite, divulgado no boca a boca do whatsapp finalizava com as palavras:

“Sob o céu de todas as cores,

A cultura sobrevive

E não se cala

Retoma Brasília

Abre o portal

É TEMPO DE

RECARNAVAL!”

A ideia do bloco surpresa, explicaram os mais experientes, é pra não dar muita gente nem muita polícia. Ecos de um plano piloto carente de manifestações culturais “de rua” e de uma parcela da população que rejeita a rua, o povo, a festa e gostaria mesmo era de murar os prédios onde empoleiram-se. Se parte da população anseia por mais espaços onde possa “ retomar Brasília “, como clamam os caretas, outra parte não parece ser digna dos espaços amplos e públicos pensados por Lúcio Costa ao desenhar a capital.

A ideia de murar os prédios, contaram-me, já obteve diversas tentativas de implementação. Como o plano diretor da cidade proíbe, já que os pilotis debaixo dos prédios são vias públicas pensadas como um espaço de circulação a pé, nada pôde ser feito. Porém, permanece um incômodo. Em algumas quadras o medo da violência é alimentado e os pais proíbem as crianças de descerem para brincar. Brinquei que essa é a “Brasília apavorada” em referência ao termo “ Fortaleza apavorada”, um movimento puxado por uma parcela da classe média em Fortaleza que cobrava providências do poder público quanto a questão da segurança mas de modo acrítico e elitista.Com um viés racista, seus protestos desconsideravam inclusive que quem mais sofre com esta violência é a população pobre e periférica da cidade.

Descobri então já quase na hora que o bloco seria às 13h na 407 norte, decidi ir a pé. Para quem não conhece Brasília vai aqui uma explicação: eu estava na 307 que é praticamente “em frente” a 407 mas era necessário atravessar o eixão. Para tal, existem algumas passarelas subterrâneas para pedestres. Fiquei um pouco chocada ao perceber que, andando sempre de carro, eu nunca tinha atravessado o eixão a pé. Sem familiaridade com o espaço, que é um pouco sujo e escuro, estreito demais, tive medo e não soube bem de que.

Após voltar à superfície respirei aliviada e me senti ridícula. Foi inevitável imaginar os trabalhadores que tantos anos antes ergueram o eixão e cavaram aqueles túneis. Eles imaginaram que a cidade seria para seus filhos, mas não é. Tanto não é que não foi tomada nenhuma providência para que o deslocamento a pé fosse mais seguro, o carro é o rei de Brasília. Não há pobres no plano piloto. Aliás, minto. Há muitos pobres acampados no que estão chamando de “favelinha da UNB”, resultado da crise econômica que atravessamos.

Quando finalmente encontrei o bloco, ele ainda se formava. Os caretas ensaiavam seus instrumentos de sopro e alguns andavam de pernas de pau. Aquele encontro era bonito, um movimento da cidade em direção a construção de sua cultura, de sua voz. Comprei uma cerveja e fiquei observando de longe a história se fazendo. Um dia aquelas crianças que brincavam carnaval no bloco Calango Careta vão poder falar a seus filhos de uma cidade que elas ajudaram a construir e as práticas culturais, com um pouco mais de idade, poderão ser sólidas e florescer.

Espero também que nesse futuro que ouso aqui projetar, haja espaço para uma Brasília de todos. Que os descendentes de quem botou a mão na massa para construí-la tenham voz e vez em seu destino.

“ Os Candangos comiam bolinhos

de cimento, mastigavam barro,

bebiam suco de tinta com argamassa,

respiravam poeira, cuspiam brita, babavam

cascalho, choravam areia, urinavam lama,

defecavam concreto

e transpiravam esperança. “

(Nicolas Behr no livro Brasilírica)


* Camilla Osório de Castro é cineasta e produtora cultural.  Pesquisa o Bem Viver. Mora no mundo, entre cidades. Acredita que sonho que se sonha junto é realidade.

CONTO

DUAS CANDANGAS

por Tuty Osório

– Mãe, acredita que na minha sala sou a única que nasceu em Brasília?

– Acredito, mas talvez nem seja, filha.

-Bom, pelo menos que falou que nasceu, sou a única.

-Você acha bacana, filha? Ter nascido em Brasília? Eu acho o máximo!

-Acho bacana sim. Brasília é bem legal. Apesar que as pessoas fora de lá não conhecem direito, né mãe? Confundem com as confusões de política. É chato!

-Sinceramente, filha, acho isso de uma cafonice sem fim…Brasília é uma cidade linda, com muita qualidade de vida, muita criatividade, muito ar livre, muita cultura…

-Eu falo isso, mas ficam olhando pra mim com cara de…

-Não pronuncia! Já pedi pra não falar palavrão, assim, à toa!

-À toa mãe? Mas o assunto é importante…

-É, mas não precisa de palavrão. Quer saber? Acho muito bom que você e suas irmãs tenham nascido em Brasília. Seu irmão e irmã mais velha não nasceram, mas são brasilienses, com alma e sotaque. Adoro!

-Mãe, existe mesmo um sotaque de Brasília?

-Existe, filha! Único e legítimo. Os linguistas sabem como isso acontece. Como se juntam uma porção de influências e, espontaneamente, nasce um linguajar que é diverso de todos os outros que o formaram. É mágico isso!

-Tem também modo de vida, cultura, arte e comida de Brasília? Exclusivos, né mãe?

-Tem sim! Além de vinho, chorinho, samba e roque, filha…

-Brasília é como o Brasil todo, num quadrado aberto para o mundo! Né isso, mãe?

-Nossa! Como você está inspirada hoje, filha!

– Para de zoar, mãe! Estou emocionada de verdade, tá?

-Eu também, filha, eu também… 

ACQ

A ESPERANÇA EM VIAS DE RESSURREIÇÃO

Por Antônio Carlos Queiroz em 21 de abril de 2022, 62º aniversário de Brasília

foto: Fernando "Azul" Carvalho

Quando André Malraux batizou Brasília de “a capital da Esperança”, no dia 25 de agosto de 1959, o primeiro cemitério da cidade já tinha sido inaugurado há sete meses, com o corpo do engenheiro da Novacap Bernardo Sayão, abatido por uma árvore de 40 metros de altura na rota da Belém-Brasília.

 

Chamar o cemitério de Campo da Esperança (“a última que morre”) foi o cúmulo da ironia e da premonição.

 

Diz a lenda que esse nome seria uma homenagem à Dona Esperança, escrava alforriada, milagreira, enterrada em meados do século 19 na altura da atual 916 Sul.

 

Uma cidade se constrói com sonhos, mitos, pau, pedra, tijolo, vidro. E ainda sangue, suor e lágrimas. Em Brasília muito sangue, suor e lágrimas, correu desde o massacre perpetrado pela Guarda Especial de Brasília (GEB) na Pacheco Fernandes; desde os porões de tortura do Pelotão de Investigações Criminais (PIC); desde os caminhões de despejo da Campanha de Erradicação de Invasões (CEI de Ceilândia); desde os golpes do rebenque do comandante militar do Planalto, o general Newton Cruz, durante a repressão à campanha das Diretas Já.

 

Ocorre que o general Nini, neonazista de carteirinha e modelo inspirador dos filhinhos de papai que assassinaram o índio Galdino Pataxó, não conseguiu abafar o buzinaço das Diretas.

 

Uma cidade também se constrói com buzinas, gritos, ovos à guisa de petardos, e sambas de “amanhã vai ser outro dia”, puxados pela Esperança sepultada, quem sabe agora em vias de ressurreição.

CRÔNICA

AFETOS URBANOS

Por Tuty Osório

Ana Clara, Tuty Osório, João Miguel e Rosângela, no SOL NASCENTE

Bato as palmas e um garoto sorridente sobe às grades da janela desenhada na parede do fim da garagem.

 

-É a casa da Rosangela? -, pergunto alto, tentando vencer o latido estridente do cachorrão do vizinho. Certo o cachorrão, tem mais é que bradar alarido, diante de gente estranha.

 

O garotinho responde sorrindo que sim, que ela vem já. Sorrio também. Rosangela grita de dentro que aguarde um minuto. Agradeço animada com a simpatia da criança e da voz.

 

Minhas andanças de pesquisadora trazem dessas maravilhas do mundo. Gente incrível, que compartilha depoimentos incríveis, regados a muito acolhimento. Tenho sorte de ser uma caixeira viajante da escuta.

 

Viajo o Brasil ouvindo sobre políticas públicas, avaliadas pelas populações que as experimentam. Abril brindou-me com estar em Brasília, na semana do aniversário. Rosângela e sua família linda, recebe-me num lugar chamado SOL NASCENTE, na sequência territorial da Ceilândia, regiões do Distrito Federal para além das asas do Plano Piloto original, verdadeiras cidadelas circundando o ponto de partida.

 

Numa casa iluminada, decorada com cores vivas e muito cuidado, moram Rosângela, o pequeno João Miguel e as moças Evelyn e Ana Clara, trabalhadoras e estudantes aplicadas. Um café com açúcar acompanha as falas espontâneas e sofisticadas sobre a cidade, suas dores e delícias.

 

Não tenho vontade de ir embora, e só saio porque outras famílias me aguardam, para mais falas. Desta levo sorrisos, abraços, uma contagiante vontade de viver e de amar para sempre. O sofrimento é vencido, diariamente, pela crença em si e na união que as fortalece. João é o talismã que as mobiliza e protege.

 

Muitas bençãos e muita gratidão, queridas famílias!   

MÚSICA

Beautiful Boy

por John Lennon

Beautiful Boy (Darling Boy)

 

Close your eyes
Have no fear
The monster’s gone
He’s on the run and your daddy’s here
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day, in every way
It’s getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Out on the ocean, sailing away
I can hardly wait
To see you come of age
But I guess we’ll both just have to be patient
‘Cause it’s a long way to go
A hard row to hoe
Yes, it’s a long way to go
But, in the meantime

Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you’re busy making other plans

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy

Before you go to sleep
Say a little prayer
Every day in every way
It’s getting better and better

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful boy
Darling, darling, darling
Darling Sean

Lindo Menino (Menino Querido)

 

Feche os olhos
Não tenha medo
O monstro foi embora
Ele fugiu e o papai está aqui
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

Antes de dormir
Reze um pouquinho
Todos os dias, de toda forma
Ficarão cada vez melhor

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

Pelo oceano, navegando
Mal posso esperar
Para ver você crescer
Mas acho que precisamos ser pacientes
Porque ainda temos um longo caminho à frente
Muito o que remar
Sim, o caminho é longo
Mas enquanto isso

Antes de atravessar a rua
Segure minha mão
A vida é o que acontece com você
Enquanto você está ocupado fazendo outros planos

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Lindo, lindo, lindo
Lindo menino

Antes de dormir
Reze um pouquinho
Todos os dias, de toda forma
Ficarão cada vez melhor

Lindo, lindo, lindo
Lindo menino
Querido, querido, querido
Querido Sean

APOIO ECOLOGIA
SABEDORIAS E SAPIÊNCIAS

ÁGUA BENTA

por Mila Marques

Estou de volta e feliz por o meu regresso. Sim, senti falta de tudo e de todos e há quem diga, que sentir falta, é a maior prova de amor! Amor pelas pessoas, pelos lugares, pela sua casa, pelos momentos… Cheguei!

Aos poucos estou normalizando minha vida, entrando na minha rotina. Importante isso. Comento muito com a Alim, que somos como as crianças, precisamos de uma certa rotina para bem viver.

Voltei às aulas de hidro ginástica. Que sensação incrível entrar naquela piscina de água fria, limpa e bem cuidada, fazer exercício, encontrar o meu querido professor e minhas colegas, já minhas amigas também. Tão inexplicáveis essas amizades nesses momentos tão curtos de convívio, mas onde nos entregamos com lealdade, com afinidade a pessoas que acabamos de conhecer. Senti falta de tudo isso e elas sentiram falta de mim! Muito bom e importante! Sensação de que sempre nos conhecemos e encontramos desde a infância! São outras pessoas, outras amizades queridas, para o nosso momento do aqui e agora. Esse que deve ser vivido com muita intensidade, porque imediatamente passa e não mais volta. Agora peço muita saúde para poder manter essa rotina que me faz tão bem! Grata por tudo sempre!

*Mila Marques, 81 anos, é dona de casa, mãe, avó, artesã das linhas e das letras, leitora aplicada, portuguesa, brasileira, viúva e Sapiente demais. Mora em Fortaleza, a algumas quadras do mar, entre plantas, objetos e muitos, muitos afetos.

CURADORIAS

Mário Sanders volta ao circuito de exposições com uma individual no Espaço Cultural da UNIFOR em Fortaleza, no ar desde 7 de abril. Visitem mais que uma vez que vale a viagem e o sonho. Vamos contar aqui a história de Mário, do Movimento Fratura Exposta lançado nos anos 90 a partir do Bairro José Walter, as progressões do grito contra a violência bradado dali e o início da arte contemporânea ocupando a cena cearense, pela ação mágica e dedicada de Dodora Guimarães.

BACHIANAS E COMPANHIA

Vinho no estilo da Geórgia

por Sérgio Pires

Qual a origem do vinho? Onde foi produzido pela primeira vez? Há controvérsias, mas há um país que reivindica esta primazia e apresenta mais de 8000 anos de história para comprovar sua teoria de ser o berço do vinho, é a Geórgia. Fica localizada logo ali entre a Europa e a Ásia, banhada pelo Mar Negro e com aldeias espalhadas pela cordilheira do Cáucaso.

 

A Geórgia possui mais de quinhentas variedades de uvas viníferas autóctones e, ainda hoje, muitas das suas vinícolas adotam o milenar Método Ancestral de produzir vinhos em ânforas de terracota, os “Qvevri”, que ficam enterradas no solo, nelas o mosto das uvas é colocado junto  com as cascas e engaços, sem o acréscimo de outras leveduras, se valem apenas das já presentes nas cascas das uvas para se obter a fermentação.

 

O famoso vinho laranja é obtido por este processo com a utilização de uvas brancas.

Não estou endossando ou negando que o primeiro vinho da humanidade seja da Geórgia, mas que foi naquela vizinhança que o nectar de Baco surgiu é o que a arqueologia moderna mais nos garante.

 

Chegamos agora na história que este preâmbulo me permitirá contar. Não me sinto o responsável, mas ela já me afirmou que o namoro com um georgiano iniciou a partir do convite que fiz para trabalhar de graça, digo, fazer um estágio não remunerado, em um evento de vinhos da Geórgia.

Fui recebendo as notícias aos poucos. Vendemos juntos vinhos da Geórgia. “Professor! (ela só me chama assim) Quem produz e vende uvas no DF?”

 

“Aí tem coisa”, pensei junto à minha taça de vinho. Veio a confirmação ela e o georgiano, já promovido à condição de companheiro, estavam construindo em Formosa uma Marani, a tradicional vinícola da Geórgia.

 

E o vinho surgiu! Logo uma garrafa veio participar da Ia. Degustação de Vinhos do Cerrado DF/GO, que a ABS-DF organizou em 2021.

 

Passamos as informações para a imprensa, blogs e divulgadores do vinho. Deixamos bem claro que era um vinho no estilo georgiano. No dia seguinte as notícias, alguns mais ágeis já haviam divulgado na mesma noite.

 

GOIÁS PRODUZ VINHO DA GEÓRGIA!

 

Atenção! Faltou uma palavrinha muito importante, ESTILO, vinho no estilo da Geórgia.

Toca o telefone, é um Sommelier muito amigo. “O Embaixador do Vinho da Geórgia nao gostou de dizerem que o vinho de Goiás é da Geórgia!”

 

Envio imediatamente uma mensagem para a diretoria da ABS-DF: O EMBAIXADOR DA GEÓRGIA RECLAMOU DAS NOTÍCIAS!”

 

Atenção! No meu texto faltou uma palavrinha muito importante, “do vinho”, Embaixador DO VINHO da Geórgia.

 

Nossa primeira reação foi “CAUSAMOS UM INCIDENTE INTERNACIONAL!!!”

Voltei a falar com o Sommelier.

– O Embaixador da Geórgia reclamou sobre o vinho no estilo da Geórgia?
– Não, o Embaixador do Vinho da Geórgia reclamou sobre dizer que o vinho é da Geórgia
– Então o embaixador não é O Embaixador?

  Resultado tanto o vinho como o embaixador não eram georgianos, mas sim goianos!

Meses depois recebi a honra de cortar a fita inaugural do Marani de Formosa-GO, acredito que o único do Brasil.

 

TRILHA

O casal Lorena e Gocha proprietários da Vinícola Marani Lorangi.

https://instagram.com/lorangimarani?igshid=YmMyMTA2M2Y=

 

https://jornaldebrasilia.com.br/blogs-e-colunas/coluna-sommelier/lorangi/#.YcuLLcmsPmI

 

 

* Aposentado como bancário e praticante de karatê e Sommelier na ativa, integrante da ABS-DF, Sérgio Pires é escritor e desenhista, poeta da prosa e exímio contador de histórias. Mora em Brasília com Lili, sua companheira linda e maravilhosa, aposentada da Embrapa, cozinheira, apaixonada pela alegria.

 

TIRINHA

SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA

desenho por Manuela Marques/Roteiro por Tuty Osório
APOIO SUSTENTABILIDADE
HISTÓRIAS DE STERI 10

ON THE ROAD

Por Brigitte Bordalo*

Essa foi uma amiga antropóloga que me contou. Bom na vida é ter amiga e amigo de tudo quanto é jeito. Varia as histórias e a gente vive muitas vidas, através da escuta.

 

Marília viajava de carro, promovendo Rodas de Conversa entre os usuários do SUS, pelo interior. Iam ela e Ezequiel, um motorista bom papo, gentil, sempre atento ao conforto e à segurança. Um isopor com água fresquinha e sucos ocupava o chão do banco de trás.

 

-Você não toma água nunca! Líquido nenhum, observou sério, Ezequiel. Providenciei suco para revezar com a água. Isso faz mal, completou.

 

-Constrangida, Marília explicou sobre seu bom hábito de consumir líquidos. E sobre o pavor dos banheiros da estrada. Prefiro evitar, tenho um pouco de trauma, sabe? Justificou.

 

-Pois não seja por isso! Bradou Ezequiel, sacando do porta-luvas um recipiente de 60 ml, azul, colocando-o no console. Você vai esguichar isto na tampa da privada, na água, no ar do banheiro. Em segundos some bactéria, germe e qualquer cheiro ruim. Comprei em Brasília. Mas tá ganhando mundo! Enfatizou.

 

Marília ganhou motivação, a viagem virou um passeio, além de missão importante. 

 

STERI 10 livrou uma ansiedade. E salvou dezenas de banheiros!

 

*Brigitte é microempresária da gastronomia e da cultura.

CREPÚSCULO

ESCOLHAS DO CÉU

Foto de David Dibert no Pexels

Rosa Maria é professora. De crianças, do mundo. É um anjo na terra em tempos de tão pouca gentileza. Terão existido sempre, esses tempos. Não sabemos. Melhor sabermos, e sabemos, que sempre existiram, e sempre existirão, os tempos da delicadeza

 

Obrigada por estarem com a gente até aqui.

Tuty e Trupe

APOIO LUXUOSO

Em breve, bistrô saltimbanco